Marcia Tiburi e a política na prática

Tive a oportunidade de ser aluno de Marcia Tiburi na faculdade de jornalismo. E tive a oportunidade de conhecer primeiro a professora Marcia Tiburi. Antes mesmo da então apresentadora do Saia Justa, na GNT, da filósofa de Filosofia Cinza e da escritora de Magnólia. Considero isso um privilégio. Porque, desde que seu nome apareceu na disputa eleitoral para o governo do Rio de Janeiro pelo PT, nas eleições de 2018, muita gente “ouviu falar” e “falou” de Marcia Tiburi, mas poucos a conheceram. A campanha, marcada por fake news e pela agilidade das redes, foi implacável com ela. Vídeos manipulados, falas distorcidas, mentiras espalhadas, polêmicas induzidas, intimidação nas ruas, invasão em sua casa, ameaças… Imagino que poucos, em meio a esse caos, entenderam sua proposta de experimentar a política na prática, após anos pensando constantemente a política. Poucos conseguiram ouvi-la, a despeito de divergências partidárias. E, principalmente, poucos tiveram ideia do seu conhecimento. E conhecimento, ao menos, deveria merecer respeito em um país tão carente de saber.

As agruras – mas também algumas alegrias – dessa campanha estão em Delírio do Poder, seu livro mais recente, no qual ela mostra um retrato da complexidade do nosso tempo. Da fragilidade da nossa democracia. Dos “poderosos” nos bastidores. Do quanto e de como ainda somos conduzidos por discursos quaisquer. E até por mentiras que sabemos serem mentiras. Vale a leitura.

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